Sunday, June 06, 2010

Perdoem-me, mas tão cedo não volto a emprestar nada

Pensem numa coisa que sempre quiseram muito.
Uma peça de roupa, um dvd raro, um livro de primeira edição, qualquer coisa.

Agora imaginem que finalmente, depois de imenso tempo de busca, encontram essa coisa. Mandam vir do estrangeiro e tudo. Até pagam um bocadinho mais. Esperam um mês que chegue. Batem à vossa porta. Vocês recebem o pacote e ficam felizes porque custou mas foi. Mimam a vossa compra durante dias.

Uns dias depois, alguém vos pede essa mesma coisa emprestada. Vocês pensam varias vezes se devem ou não. Mas como explicam que é importante para vocês, emprestam à mesma. Respiram fundo, entregam-na em mãos…

… e nunca mais a vêem. Nunca. Mais. Aquele objecto que vocês queriam tanto, emprestaram-no a outro par de mãos e agora foi-se. Está perdido nas costas de uma secretária. No topo de uma prateleira. No fundo de uma mala.

Para mim, apaixonar-me tem sido exactamente isto que vos escrevi.
E foi por isso que tomei a decisão de para já, não emprestar coisa nenhuma, a pessoa alguma. Basta.

Tenho edições especiais de dvd’s espalhados por demasiadas mulheres. Perdoem-me aquelas que tiveram, têm ou poderão vir a ter vontade de ver dvd’s que eu tenha mas não empresto mais nada. Se querem ver filmes meus, vêem comigo.

Emprestar algo de que gostamos muito não pode ser um acto banal. E eu ando a fazê-lo demasiadas vezes. A mulheres que nem me vêem o filme até ao fim.

Os dvd’s ficam na prateleira.
E já não saem por iniciativa própria. Saem com um pedido conveniente.

Perdoem-me, mas tão cedo não volto a emprestar nada.
Há mais maneiras de se apreciar um bom filme...

5 comments:

Marta K said...

Há pessoas e pessoas para se emprestar algo nosso. Principalmente algo que consideramos importante.
Mas é também por várias pessoas que se deixa de emprestar coisas por tempos e mostramo-nos como pessoas egoístas. Daí só voltarmos a emprestar quando aparece aquela pessoa que sabe pedir emprestado como nunca ninguém nos havia pedido antes.

Anonymous said...

culpa é tua.
essa técnica de engate tinha q dar asneira :P

Ana Ramalho said...

Ficar cheio de dvds raros em casa para os ver sozinho também não é prenúncio de uma vida bem passada.
Enfim, é tramado!

Maria Ana said...

Eu já nem empresto aquilo que já não gosto... ;)

tracey said...

completamente de acordo! *