Thursday, March 04, 2010

Contra vs Os Óscares


É sem dúvida o fim de semana mais doloroso do ano para Rafael Contra.
Mas leiam-no através das suas próprias palavras...


“Óscares 2010” – …ou como se deviam chamar “Fellacios à descrição 2010”

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver os Óscares este ano foi a mesma de estar a ser sodomizado com o dossier do PEC, pelas mãos de Teixeira dos Santos, enquanto a actriz principal de “Precious” se sentava na minha testa e a Sandra Bullock ensaiava o discurso de vitoria aos meus ouvidos. Gostaram? Encheu-vos as medidas? Valeu a pena a moca de sono no dia seguinte no emprego? Que tristeza. Impressionante como vocês ainda não perceberam que a noite dos Óscares é como os inquéritos na AR: sempre a mesma lenga-lenga, só mudam as caras. Primeiro começa o “tapete vermelho”, que tem de ser vermelho para as mulas e os bois saberem onde pisar. Esta primeira fase funciona para o espectador como um catálogo da La Redoute. Para a mulher, são vestidos lindos que nunca vão comprar. Para os homens são modelos lindas que nunca vão comer. No fundo, a pornografia dos pobres. Depois, as estrelas e os seus quilates de jóias alugadas entram para dentro do Kodak Center.
Aqui é que começa o verdadeiro espectáculo de luz, cor e degredo. Entristece-me que ainda não tenham percebido que os Óscares são tão preparados e planeados como o decote da Mariah Carey. E que têm a mesma consistência em caso de abalo. Os vencedores dos prémios são os representantes das minorias, e há uma minoria por ano. Já foram os negros, já foram os homossexuais, só depois foram “aqueles que ainda acham que defendiam que ser anti-bush estava na moda”. Este ano resolveram galardoar aquela minoria fantástica e eclipsada dos prémios há anos… as mulheres. O gesto é bonito mas é chato. Começarem-se a dar mais Óscares a mulheres significa mais discursos de aceitação com direito a lágrimas, e se já eram longos e enfadonhos, agora estão ao nível de “fórum da TSF” no insuportável. Deviam era dar Óscares pelos discursos de aceitação também. Há quem tenha melhores desempenhos a fingir que não sabia que os ia ganhar, do que nos filmes em que os ganharam. Sim, eu acho toda a noite dos Óscares masturbação de Hollywood em frente a um espelho. E tenho de agradecer apenas a um homem por me ter ajudado a suportá-la sem problemas. Obrigado, Quentin Tarantino. Ainda bem que não ganhaste absolutamente nada a não ser um sorriso amarelo. Para se sentir à vontade, há quem imagine as pessoas nuas. Eu para aguentar a noite dos Óscares até ao fim, vi Tarantino a sair de mãos a abanar e imaginei o que seria 5 homens fardados fecharem a sala do Kodak Center. Trancarem as portas. Atearem fogo ao palco. Subirem a um camarote. E dispararem todas as balas que a sua metralhadora tivesse. Viste, Quentin? Já arranjei um sentido prático e útil para o teu filme. Fantasiar na noite dos Óscares.

As seen on O Indesmentível.

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