Thursday, February 11, 2010

Rafael vs Dia dos Namorados


Mais algum de vocês acha que o problema do Rafael é falta de namorada?

“Dia dos Namorados” – …ou “Dia da Prostituição”, como preferirem

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar pendurado de cabeça para baixo na ponte 25 de Abril durante uma tempestade de neve, com uma sanguessuga de 3 metros no meu intestino, depois de ter visto o Pedro Abrunhosa a cair em directo, mas sem se ter magoado. Há o dia da Árvore. O dia do Idoso. O dia da Objecção de Consciência. Até há o dia mundial do Orgasmo, a 31 de Agosto. É oficial, já há tantas razões para se gastar dinheiro, como dias num calendário. O Dia dos Namorados, no entanto, parece ser o mais famoso, asqueroso e “dengoso” dia dos 365. Pior acho que só mesmo o dia da Final dos Campeões. Ou do último programa do Ídolos. O que se faz no dia dos namorados? Paga-se um jantar, prendas e uma depilação total para se ter sexo com a nossa cara-metade. Sabem o que é exactamente pagar para ter sexo? Prostituição. E ouçam, nem eu, nem os árbitros da liga portuguesa temos nada contra a prostituição. Mas chamem o boi pelo nome. É “dia de pagar para ter sexo”, não é “dia dos namorados”. E se não bastasse o jantar fora e os chocolates em forma de corações, há ainda o bilhete para esta porcaria. E sim, o filme consegue irritar-me mais que a tradição do dia 14 de Fevereiro. Porquê? Porque lhe dá combustível. Há cerca de 347 actores neste filme. Tem um actor por cada forma que eu me lembrei de suicídio durante o mesmo.
Adoro a noção de amor que os Americanos têm. Consiste em pessoas tiradas da “Anatomia de Grey”, sem roupa, a dizerem uma piada muito engraçada enquanto sorriem com cara de prisão de ventre. Acordem para a vida, quarentonas desesperadas. O vosso marido que vos deixou pela secretária não vai ser substituído por nenhum “McDreamy”. Vai ser substituído por um “McBacon”. As pessoas andam desesperadas e sozinhas e Hollywood tira-lhes o dinheiro mais depressa do que eu consigo escrever “como é que o Jamie-já-consigo-ver-Foxx tem um Óscar?”. O “Dia dos Namorados” não é mais que um caixa de chocolates, um livro do Nicholas Sparks e um grande e vibrante dildo para o vosso intelecto. Não gastem dinheiro neste bilhete. Estão a dar dinheiro às mulheres de produtores americanos para se esticarem mais uns centímetros. Querem celebrar o amor? Querem encontrar a vossa cara-metade? Querem mostrar à pessoa com quem vivem que gostam dela? Digam-lhes. Não é dentro de uma sala escura, a cheirar a pipoca doce e a traque, a ver pornografia emocional que o vão fazer. Ir ver o “Dia dos Namorados” não é ir a uma sessão de cinema. É ir a uma sessão dos “casais disfuncionais anónimos”. Sem direito a Viagra.

As seen on O Indesmentível.

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