Thursday, November 12, 2009

O fim do mundo dos Maias e do Rafael...

“2012” – É já a quantidade de filmes de Hollywood sem história em que se partem coisas

CONTRA PICADO/GF – A sensação que eu tive ao ver este filme foi a mesma de estar a fazer uma maratona de resistência de 74 horas a correr, descalço, numa passadeira de ginásio repleta de vidro partido, enquanto me acertavam na testa com dvd’s da série “Walker, o Ranger do Texas”. Sem extras. Para dizer a verdade, eu escrever uma crítica a este filme ou partir o portátil à cabeçada vai dar ao mesmo. Simplesmente porque isto não é um filme, é um acesso de raiva, em 3 dimensões. E quem tem acessos de raiva vai de carro para o Marquês de Pombal às 18h, não faz cinema. Que tipo de problemas tem Roland Emmerich que o levam, filme após filme, a destruir tudo o que põe na imagem? Primeiro foi um lagarto gigante adormecido no fundo do mar. Depois alienígenas com pouco gosto pela arquitectura da Casa Branca. Depois, conseguiu culpar o clima, a camada de ozono e o Al Gore por tabela. Agora, e depois de acusar criaturas mitológicas, seres de outros mundos e latas de desodorizante, já não tem ninguém para apontar o dedo. O novo culpado chama-se simplesmente “fim do mundo segundo os Maias”. A questão é que ver um prédio a cair, é sempre ver um prédio a cair. Não interessa quem o faz cair, porque para o mente-capto comum que fala como um neandertal e paga para ver isto, é preciso é “partir, partir, partir!!”. Há que ter em conta que os Maias foram quem desenvolveu e jogou o antecessor do desporto actualmente conhecido como “futebol”. Se eles acharam que o mundo ia acabar em 2012 não era através de vulcões, tsunamis e maremotos. Era por culpa das claques de futebol. No entanto, e para não dizerem que sou do contra para além do que diz no BI, há uma coisa de que gosto neste filme. É mal feito, mal filmado, mal actuado e abusa do tempo de um pobre informático que sabe fazer efeitos especiais, mas ao menos faz-me lembrar um sonho recorrente que venho tendo há uns anos. No meu sonho, todo passado a preto e branco, projectado no meu inconsciente em película super 8, as placas tectónicas em que os EUA se apoiam simplesmente se espreguiçavam e o país do capitalista em forma de hambúrguer deixava de existir. Era engolido numa grande bola de fogo pelo ventre do nosso planeta. Quando vi este filme julguei que me tinham lido a mente. Que me conheciam o sonho de trás para a frente. Não sei é se não terei simplesmente adormecido a meio da sessão. É mais provável. É que no meu sonho o John Cusack também tenta não morrer, mas não consegue ficar vivo para além do primeiro minuto.


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